Exames de função hepática: quais são os valores de referência?
Os exames de função hepática são essenciais para avaliar a saúde do fígado, um órgão vital responsável por diversas funções no organismo, incluindo a metabolização de nutrientes e a desintoxicação do sangue. Esses exames medem a presença de enzimas hepáticas, bilirrubina e proteínas, permitindo identificar possíveis doenças hepáticas, como hepatite, cirrose e esteatose hepática. Os principais exames incluem a dosagem de alanina aminotransferase (ALT), aspartato aminotransferase (AST), fosfatase alcalina (FA), bilirrubina total e frações, além da albumina e do tempo de protrombina.
A alanina aminotransferase (ALT) é uma enzima encontrada principalmente no fígado e é um indicador sensível de lesão hepática. Os valores de referência para a ALT variam entre 7 e 56 unidades por litro (U/L) em adultos. Níveis elevados podem indicar inflamação ou dano ao fígado, enquanto valores baixos geralmente são considerados normais. É importante ressaltar que os valores podem variar de acordo com o laboratório e a metodologia utilizada.
A aspartato aminotransferase (AST) é outra enzima que, embora também esteja presente no fígado, é encontrada em outros tecidos, como coração e músculos. Os valores de referência para a AST variam entre 10 e 40 U/L. Assim como a ALT, níveis elevados de AST podem sugerir problemas hepáticos, mas a interpretação deve ser feita em conjunto com outros exames, pois a AST não é específica para doenças do fígado.
A fosfatase alcalina (FA) é uma enzima que pode indicar problemas nas vias biliares e no fígado. Os valores de referência para a FA variam entre 44 e 147 U/L. A elevação da fosfatase alcalina pode estar relacionada a doenças hepáticas, obstrução biliar ou doenças ósseas. Portanto, é fundamental considerar o contexto clínico do paciente ao avaliar esses resultados.
A bilirrubina total é um pigmento produzido pela degradação da hemoglobina e é um importante marcador da função hepática. Os valores de referência para a bilirrubina total variam de 0,1 a 1,2 miligramas por decilitro (mg/dL). A bilirrubina é dividida em frações direta e indireta, e alterações nos níveis podem indicar problemas como icterícia, hepatite ou síndrome de Gilbert.
A albumina é uma proteína produzida pelo fígado e é um indicador da capacidade sintética do órgão. Os valores de referência para a albumina variam entre 3,5 e 5,0 gramas por decilitro (g/dL). Níveis baixos de albumina podem indicar doenças hepáticas crônicas, síndrome nefrótica ou desnutrição, enquanto níveis normais geralmente refletem uma função hepática adequada.
O tempo de protrombina (TP) é um exame que avalia a coagulação sanguínea e a função hepática. Os valores de referência para o TP são geralmente expressos em segundos e podem variar de acordo com o método utilizado. Um TP prolongado pode indicar comprometimento da função hepática, pois o fígado é responsável pela produção de fatores de coagulação.
É importante que os resultados dos exames de função hepática sejam interpretados por um médico, que levará em consideração a história clínica do paciente, sintomas e outros exames complementares. A avaliação adequada é crucial para o diagnóstico e tratamento de doenças hepáticas, que podem ter consequências graves se não forem identificadas e tratadas precocemente.
Além dos exames mencionados, outros testes podem ser realizados para uma avaliação mais completa da função hepática, como a dosagem de anticorpos virais, exames de imagem e biópsia hepática, quando necessário. A detecção precoce de alterações na função hepática pode levar a intervenções que melhoram o prognóstico e a qualidade de vida do paciente.